Um homem veio do estrangeiro para trabalhar deixando sua noiva chorando.
– Não se preocupe, eu lhe escreverei diariamente, ele disse.
Por anos ele a escreveu. Mas como ele estava indo muito bem em seu trabalho, não tinha nenhum plano imediato de voltar. Um dia, ele recebeu um convite de casamento. Sua namorada estava de casamento marcado. Com quem? Com o carteiro que regularmente entregava as cartas de seu namorado! De fato, a distância faz os corações patinarem.
O pobre namorado certamente se perguntou,
– O que aconteceu de errado? Eu a enviei cartas, bombons e flores.
Quando relacionamentos acabam, lista de coisas dadas e feitas normalmente aparecem. Nós dizemos,
– Eu lhe dei isto e aquilo… Eu fiz aquelas coisas todas por você…
Até parece que o amor é simplesmente provado pela doação de presentes e favores. Mas enquanto presentes são importantes, o amor clama pelo que é básico: a presença do amado. Eu observei por exemplo, as orquídeas de minha mãe. Quando ela fica fora por muito tempo, elas parecem doentes e muitas delas murcham. Mas quando ela esta por perto, brilham com belas flores. Minha mãe nada faz de excepcional. Ela apenas passa muito tempo conversando e as acariciando.
Eu acho que as pessoas, ainda mais que as flores, exigem uma presença atenciosa. O amor é fundamentalmente um comprometimento com outra pessoa. Nós podemos estar comprometidos com nossos negócios, trabalho, hobby, esportes e clubes, mas no sentido exato, eles não podem nos dar amor de volta. E já que as pessoas precisam de afeto e atenção, as coisas materiais podem ajudar apenas até um certo ponto. Mas nunca poderão substituir o presente maior que é a presença.
Marta estava ocupada com seu trabalho. Ela acreditava que tinha que trabalhar muito porque seu amado pai estava muito doente. Ela tinha que prover recursos para o seu caro tratamento. Seus irmãos e irmãs, enquanto isso, ficavam ao lado de seu pai a maior parte do tempo. Eles davam-lhe o banho, cantavam para ele, davam-lhe a refeição ou simplesmente faziam companhia.
Um dia Marta se entristeceu. Ela escutou seu pai dizer a sua mãe,
– Todas as nossas crianças me amam, exceto Marta.
– Como podia ser? Marta pensou. – Eu me mato em meu trabalho para ter dinheiro para seu tratamento! Meus irmãos e irmãs não ajudam em nenhuma parte das despesas.
Uma noite, como quase sempre, Marta chegou tarde em casa. Ela espiou pela porta do quarto onde seu pai estava deitado e notou que ele ainda estava acordado. Ela decidiu se aproximar e sentar ao lado da cama. Seu pai segurou suas mãos e disse,
– Eu sinto sua falta. Eu não tenho muito tempo mais. Fique comigo.
E ela ficou com seu pai, segurando sua mão a noite inteira.
Na manhã seguinte, Marta disse para todo mundo,
– Eu tirei uma licença no trabalho. Eu gostaria de ficar com meu pai. De agora em diante, eu lhe darei o banho e cantarei para ele.
Seu pai abriu um bonito sorriso. Ele sabia, desta vez, que Marta o amava.