Nos momentos de crise é que percebemos a sinceridade das relações e a verdadeira profundidade dos sentimentos que nutrimos em relação às pessoas.
Nos momentos de maior angústia ou alegria é que nos vem à cabeça a ideia de recorrer àqueles que mais confiamos, e é por isso que hoje eu estou a escrever-te, para falar-te da minha preocupação diante dos últimos acontecimentos mundiais e também para reafirmar a minha confiança no valor da nossa amizade.
Acredito que o mundo poderia ser muito melhor se as pessoas se tratassem com mais respeito, como acontece há tanto tempo entre nós. Acredito que os gestos simples de doação e solidariedade teriam os seus efeitos ampliados de forma geométrica se esta determinação fosse adotada não apenas pelas pessoas comuns mas, principalmente, por aquelas que detém o poder e controlam as instituições.
Sei que somos modestos mortais e que não detemos nenhum poder, mas sei também que a justa amizade é uma expressão de amor. Espero que este amor fraterno e sincero que sabemos cultivar seja capaz de se ampliar, seja capaz de contaminar todos os corações que orbitam em torno de nós. Tenho a ingênua esperança de que esta onda se amplie indefinidamente e que, no futuro, não tenhamos que conviver apenas com notícias de guerra e outras barbáries.