Escrevo para lembrar aquilo que sou: Letra ilegível; Frase incompleta; Sujeito que não se pode encontrar em uma simples oração… A escrita é uma das mais antigas formas de representação da humanidade, porém quem escreve querendo unicamente adornar suas palavras apenas consegue realizar a junção das mesmas e acaba por não se encontrar naquilo que expõe. É possível criarmos histórias fantásticas através do uso de nossas mentes, ou poemas magníficos através das mais variadas formas de inspiração, mas quem realmente escreve sobre aquilo que sente? Quem descreve a sua própria solidão, a sua tristeza, o seu carinho, a sua alegria ou as suas decepções? Quem realmente SE descreve? Somos histórias inacabadas que só descobrem seu verdadeiro final na inesperada última página da existência… É por esses e outros motivos que ainda escrevo. Por isso que ainda deixo meus versos. Podem não ser os mais perfeitos e nem os mais belos que lerás em sua vida, mas são aqueles que realmente me descrevem. Eu gostaria de colocar em palavras tudo aquilo que sinto, mas infelizmente faltariam as mesmas e talvez não fizesse sentido algum lê-las. Meu livro se chama Vida e minha caligrafia se chama Amor. O resto para mim é somente gramática de um mundo que infelizmente ainda não se encontrou. E sinceramente essa gramática não me interessa mais… Já foi-se o tempo onde eu vivia de adjetivos para poder me sentir bem… Hoje em dia eu vivo o que escrevo, mesmo sabendo que muitos não entenderão as minhas entrelinhas. O motivo da minha escrita não é simplesmente para marcar espaços em folhas em branco, mas sim para ter a possibilidade de resgatar as diversas sensações do que é ser verdadeiramente humano perante os corações daqueles que partilham das mesmas coisas que eu. É por isso que escrevo: Por ainda ter esperança de que um dia todos nós possamos nos lembrar exatamente aquilo que somos: Humanos, imperfeitos, confusos, questionadores mas completamente apaixonados por algo que nos faça realmente sentir vivos.
Eduardo Orlando Holopainen